domingo, 17 de maio de 2009

Ronald Mcdonald

Li esse texto e fiquei com algumas questões.
A autora diz que a publicidade é a vinculação do nome de uma marca a notícias reais, que não necessariamente é o produto e sim os sentimentos as relações envolvidas ou que o produto desperta no sujeito. Pode-se afirmar que a publicidade procura atingir os sentimentos? E que por acabar lidando com este aspecto ela não vende o produto em si mas também a cultura e o hábito que estão relacionados a esse produto, ou seja, em uma campanha publicitária sempre há uma historinha (remetendo à real) que é narrado e que em algum momento surge o produto, por vezes ele é o papel central, outras não (me veio agora a propaganda de uma margarina famosa, em que ela aparecia na mesa do café da manhã, mas a conversa e a história era outra, senão me engano sobre uma namorada para o pai). Enfim compreendi que ela coloca a situação da seguinte maneira, a publicidade acaba por vender também uma cultura e um hábito, este que acaba sendo um elemento de identificação para o consumidor, ele não consome só o produto e sim toda a idéia que se faz dela, que ao consumir acaba por fazer parte do próprio consumidor, como se ao consumir a marca ela nos coloca marcas que serão reconhecidas por outras pessoas.
É de nosso conhecimento que isso acontece, pensando nas revistas elas trazem publicidade que informa também a característica do leitor da revista. Até que ponto eu posso me identificar com a marca? Qual a possibilidade de diálogo existente entre a publicidade e o consumidor? Já que ela nos chega pronta para ser consumida? Ou, os estudos da publicidade estão constantemente realizando pesquisas afim de descobrir os interesses de um determinado grupo? Estes que como já discutimos há diversos sujeitos com diversas identidades, essas fragmentadas. Como atingir e reconhecer ou apontar características a um grupo (pensando em grupo de leitores de revistas) levando em conta essas identidades?
Desculpem se ficou um pouco confuso, acho esse tema muito interessante, mas quanto mais eu penso, mais dúvidas surgem.
Até quarta!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Xanéu nº 5

O Teatro Mágico

A minha TV não se conteve, atrevida,
passou a ter vida olhando pra mim
Assistindo a todos os meus segredos,
minhas parcerias, dúvidas, medos
Minha tv não obedece

Não quer mais passar novela, sonha um dia
em ser janela, não quer mais ficar no ar
Não quer papo com a antena, nem saber
se vale a pena ver de novo tudo que já vi...vi

A minha TV não se esquece nem do preço,
nem da prece que faço pra mesma funcionar
Me disse que se rende à internet, em suma,
não se submete a nada pra me informar

Não quis mais saber de festa,
não pensou em ser honesta funcionando quando precisei
A noticia que esperava consegui na madrugada num site
flickr-blog-fotolog que acessei
A minha TV tá louca, me mandou calar a boca
e não tirar a bunda do sofá
Mas eu sou facinho de marré-de-si, se a maré subir,
eu vou me levantar

Não quero saber se acabo
nem se minha assinatura vai mudar tudo que aprendi
Triste fico seriado, um bocado magoado
sem saber o que será de mim

Ela não sap quem eu sou,
ela não fala a minha língua
Ela não sap quem eu sou,
ela não fala a minha língua

Enquanto pessoas perguntam porque,
outras pessoas perguntam porque não
Até porque não acredito no que é dito,
no que é visto,
Ter acesso é poder e o poder é a informação,
Qualquer palavra satisfaz a garota, o rapaz
E paz, quem traz, tanto faz?

O valor é temporário, o amor imaginário,
a festa e o perjúrio
O minuto de silencio
é o minuto reservado de murmúrio,
de anestesia
O sistema é nervoso e te acalma
com a programação do dia
Com a narrativa
A vida ingrata de quem acha que é noticia,
de quem acha que é momento,
Na tua tela,
Quer ensinar fazer comida uma nação
que não tem ovo na panela
Que não tem gesto,
Quem tem medo assimila
toda forma de expressão como protesto!

Num passado remoto perdi meu controle
Num passado remoto perdi meu controle

Era a vida em preto-e-branco.
Quase nunca colorida, reprisando coisas que não fiz....
Finalmente se acabando feito longa, feito curta,
que termina com final feliz

Ela não sap quem eu sou,
ela não fala a minha língua
Ela não sap quem eu sou,
ela não fala a minha língua