domingo, 27 de setembro de 2009

Para sempre Harry Potter!!!

O meu projeto de iniciação científica foi um dos meus maiores desafios pessoais.
Entrei para o Grupo de Estudos meses depois que ele começou e cai como que de pára-quedas, tentando encontrar uma lógica nas leituras, nas discussões e em tudo que vocês já haviam construído. É... grupo de estudos e iniciação científica ainda se confundem um pouco na minha cabeça, porque se não fosse pela iniciação eu não teria entrado para o grupo e, se não fosse pelo grupo, minha iniciação com certeza não teria saído.
Como minha fonte de pesquisa já estava escolhida, a próxima dificuldade foi começar a ler Harry Potter não mais de um modo apaixonado, mas de um modo crítico, tentando enxergar na série algo mais do que magia e encantamentos. Na verdade, a magia e os encantamentos é que são o algo mais por aqui! O outro lado da moeda foi, depois, pegar os volumes para ler em momentos de lazer e me permitir encontrar toda a magia e encantamentos que outrora eram tão fáceis de achar.
Escrever o projeto foi um desastre, porque quem já estava no grupo de estudos há mais tempo tinha mais referencial, mais bagagem para poder escrever algo consistente. Lembro-me que peguei os projetos de vocês que já estavam prontos e fui procurando tudo aquilo que eu poderia usar para escrever o meu, fossem idéias, referências ou palavras e expressões que caracterizassem algo mais acadêmico.
Depois o problema foi escolher o foco da minha pesquisa. Frente às discussões surgiram tantas possibilidades que eu não sabia por onde ir. Como minha relação pessoal com a série, iniciada anos atrás, fazia referência a minha construção subjetiva, acabei optando por essa temática: a construção subjetiva de Harry Potter e de seus leitores. Foi ai que a pior parte começou.
Formação subjetiva é algo me parece meio ambíguo para um pesquisador, porque ao mesmo tempo que se estabelece como um foco é algo tão cheio de variáveis, que acaba perdendo as linhas que demarcam o campo de pesquisa. Isso ficou confuso... Para tentar facilitar, na minha cabeça isso meio que se tornou uma imagem. É como uma pessoa míope que usa óculos. Com os óculos qualquer objeto possui contornos, volume e formas estabelecidas. Sem os óculos, entretanto, o mesmo objeto não passa de um borrão. E, mesmo depois de ter entregado o relatório, ainda consigo vê-lo “com e sem os óculos”.
Ele acabou ficando melhor do que eu imaginava, mais consistente e criativo do que eu sonhei. Nunca pensei que eu falaria de consumo, de comunidades de convivência e tanto de literatura. Falar sobre melodrama e inventar um novo conceito – mesmo que eu o veja ainda sem os meus óculos corretores de miopia – foram coisas que surgiram enquanto eu lia, escrevia e conversava com o Jaime.
Como foi difícil escrever esse relatório!
Como é difícil se responsabilizar por uma idéia, sem fundamentar o que se fala no que outra pessoa falou!
E como é difícil usar a primeira pessoa do singular!
O que me deixava mais brava era quando eu escrevia uma parte, relia e achava que estava bom. Mandava para o Jaime e, dentre todas as indicações que coloriam o documento do Word, algumas coisas eram tão óbvias que eu brigava comigo mesma (como foi que eu não vi isso antes?)!
Mas com certeza a experiência foi positivíssima! Li muita coisa que eu não teria lido se não fosse para o relatório, aprendi a escrever um pouquinho melhor – a conclusão não se inclui nesse tópico!rs -, tive várias idéias para continuar a pesquisar. O mais legal de tudo?! Descobri que eu gosto disso, de pesquisar, de ler e de pensar!Entregar o relatório pronto foi tocar o primeiro movimento de uma composição, ou escrever o primeiro verso de um poema. O resto ainda está por vir!
Obrigada por tudo pessoal!
Um abraço carinhoso a todos,
Larissa

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